sábado, 9 de junho de 2012


Não tem um plano. Uma ideia fixa. Nunca fez um portefólio. Colecciona apenas miúdos graúdos que conhece na noite. Tem-nos como troféus. Algo que diga o tempo passou por ele. Ao lembrar-se de um situa o outro no tempo. Não é bonito, sabe disso. Pouco importa. Estudou. Tem emprego. Bom salário. Lê jornais. Aceita o cliché. Inferior seria se não tivesse um bom vencimento e por isso não se incomoda quando lhe chamam de doutor. Mas resmunga dentro dele que nunca teve, infelizmente, paciência para fazer um doutoramento. Arranjaram-lhe logo emprego e olha. Do mal ao menos não tem, mesmo assim, a obrigação de ter que saber falar de futebol. Fatos atraentes. Ao ler isto com o novo acordo ortográfico preocupa-se se queria escrever fatos ou factos. Não adoptou o acordo ainda, lembra-se. Julga atraente o guarda-fato. Deve ser isso. De factos atraentes não consegue recordar-se de nenhum. Ou um todo o é. Sorri.
Onze da noite é a hora de ir sair. 

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