É que na minha profissão, ou vá, na nossa, como bem sabe, somos obrigados a ouvir múltiplas vezes ao dia como o amor é fodido. Deve ser por isso que me recuso a ler o tão badalado romance do Miguel Esteves Cardoso. É que se fosse fodido, pondero, e há-de reparar, era bom, ou pelo menos isento de problemas de maior instância. Nada de socorrer ao álcool ou a ganzas. E depois a tal questão das imbecilidades que dizem nesse interminável intervalo de falas sobre a única matéria que não se dão ao trabalho de apontar – é que escusavam depois de estar envoltos sempre na mesma zetética. Temos Slogan, ao menos isso:
[Chateia
– Chateia – Chateia]
[Tudo
Cabrões e Putas]
Devíamos avisá-los que palavrões
só são bem-vindos se usados, e bem usados, em literatura. De resto. Fico sempre com a sensação - eu que como você fruímos ter
que ouvir, constantemente, como já lhe disse, as mesmas prosas - que é sempre o mesmo cabrão ou a
mesma puta. E é terrífico pensar nisso. Fazem
lembrar as que temos em casa. E olhe que quando confrontei a minha com isso, respondeu-me Sim, já os papei a todos, e a elas também.
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